Juventude ativa!

terça-feira, 17 de maio de 2011

JÁ NEWS: Beatificação da brasileira Irmã Dulce

news

Beatificação da brasileira Irmã Dulce

Essa é uma versão em texto de uma matéria exibida no Fantastico.
Para ver o vídeo da matéria, clique aqui.

imageO Vaticano reconheceu um milagre atribuído à Irmã Dulce que, por causa dele, vai se tornar beata. Para muitos ela já é uma santa, mas para ser canonizada é preciso a comprovação de pelo menos mais uma graça.

O repórter Marcos Uchoa conta a história de pessoas que tiveram curas difíceis de serem explicadas pela ciência e que têm certeza de que foi Irmã Dulce quem intercedeu por elas.

“Nós atendemos uma média de 500 crianças por mês no ambulatório. Quando não tem lugar, nós colocamos até em cima das mesas, contanto que a criança não volte. Às vezes, colocamos duas no mesmo berço”, contou Irmã Dulce em uma entrevista. Na mesma gravação, ela falou também sobre as doenças mais frequentes no ambulatório: “desnutrição e desidratação”.

Se milagre é algo raríssimo, inexplicável, a vida de Irmã Dulce foi milagrosa. A baiana, menina alegre e travessa, que jogava futebol com os Irmãos, quis virar freira, seguir os ensinamentos de Jesus e ajudar os mais necessitados. “Eu pensava que dar atendimento ia salvar uma vida”, dizia Irmã Dulce.


No Brasil, ninguém fez mais do que ela, nem perto. Passou a ser conhecida como “Anjo Bom”. Foi definida como "um conforto para os pobres e um exame de consciência para os ricos". Agora o Vaticano a reconheceu como beata.


Dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal arcebispo da Bahia e arcebispo primaz do Brasil, conta o que foi preciso para isso. “Primeiramente, o reconhecimento da heroicidade das suas virtudes, fé, esperança e caridade. E ela o demonstrou de tal modo que foi a doação da sua vida por esta causa. Ela, então, morreu com a fama de santidade. Depois se exige, em segundo lugar, o milagre, uma graça que se alcançou em um caso desesperado de uma pessoa e houve uma pessoa que foi curada miraculosamente”.


Foi em São Cristovão, Sergipe, que Irmã Dulce fez toda a formação para virar freira. Foi também em um hospital na mesma cidadezinha que o milagre aconteceu. Em 2001, uma mulher teve uma hemorragia depois do parto que não parava de jeito nenhum. O médico já não sabia, nem tinha o que fazer. A família rezava agarrada a uma medalhinha de Irmã Dulce.


“O cirurgião, que já estava cansado, saiu, depois da noite toda trabalhando. Era de madrugada. E quando retornou, ele observou que o sangramento estava cessando e ela estava com a medalhinha. Ele disse: ‘se acreditam em milagre, o milagre está começando a acontecer porque o sangramento está estancando. Vamos esperar. Se cessar de vez, é a graça de Deus, um milagre’”, conta Ana Lucia Aguiar, amiga da família.

Um médico que analisou o caso confirma que era difícil compreender uma melhora tão rápida para alguém que estava quase morrendo. “Ele não tem mais o que fazer. Três cirurgias, 18 horas de evolução, transfusão. Ele já tinha feito tudo o que tinha para oferecer. E, surpreendentemente, aquele é chamado uma hora depois com essa melhora do ponto de vista médico difícil de explicar naquela condição”, analisa o médico Sandro Barral.

São muitas as pessoas que vêem na fé em Irmã Dulce uma força e um caminho para a cura. A filósofa Carla Feitosa estava quase cega de um olho. “Entrei para colocar olho de vidro. Aí apelei para Irmã Dulce e entrei no centro cirúrgico com o véu, que é uma relíquia. É o véu que ela usou quando esteve com o Papa João Paulo II, que para os católicos é uma relíquia de grande valor”, lembra. Ela conta o que ouviu do médico que a operou: “Nós tínhamos o seu olho como um olho morto e Deus permitiu que nós colássemos a sua retina, eu fui um instrumento de Deus”.

O Papa Bento XVI assina em dezembro a beatificação de Irmã Dulce por causa do primeiro milagre. Aí vai começar a análise do processo que pode levar a canonização dela. Com mais um milagre comprovado, Irmã Dulce passaria a ser uma santa.
E provavelmente o caso a ser apresentado é o de um menino do Ceará. Era 2002, durante a Copa do Mundo. Maurinho tinha 13 anos quando começou a ficar tonto, ter dores de cabeça e problemas de visão. O neurocirurgião que o atendeu, que tem 45 anos de experiência, temeu o pior: um câncer no cérebro.

“Encontrar um tumor em qualquer ser humano é doloroso, quanto mais em uma criança. Pelas características radiológicas, sabíamos que era um tumor maligno”, explica o médico Flavio Leitão.

O pai Mauro Feitosa mostra as fotos do filho. Do lado de fora do hospital, a alegria dos jogos da seleção em uma copa vitoriosa, No Albert Einstein, em São Paulo, a angústia da tentativa de salvar o filho: “Agradeço muito a Deus porque Irmã Dulce entrou na minha vida nesse momento, porque nessas horas há um risco muito grande de brigar com Deus. Irmã Dulce foi a mediadora necessária para poder cuidar de mim, da minha dor, ficar comigo a noite, foi assim que Irmã Dulce entrou na minha vida”, conta emocionado o pai do menino.

Enquanto esperavam a cirurgia, chegou às mãos da família um pedacinho do hábito, da roupa de freira, de Irmã Dulce.

“Eu senti uma fortaleza muito grande quando comecei a pedir a Irmã Dulce. Pedi a intercessão dela. Quando Maurinho foi para a sala de cirurgia, nós o beijamos e eu cumprimentei os médicos. Eu disse a eles com muita convicção: ‘vocês vão abrir a cabeça do meu filho e não vão encontrar nada’”, lembra Feitosa.

O que era para ser uma cirurgia delicada de mais de 15 horas durou menos de quatro e aí receberam uma ligação. “Meu Irmão foi quem falou ao telefone, ele veio na minha direção, chorando, falando alguma coisa e não entendi. Foi quando ele me abraçou e disse no meu ouvido: é benigno”, revela o pai.

O menino saiu do hospital perfeito dois dias depois. Para um pai, uma notícia dessa foi uma bênção, um milagre. “Eu acho que vou sentir uma emoção igual a essa no dia que a igreja reconhecer a Irmã Dulce como santa. Irmã Dulce já é santa no nosso coração”, afirma Mauro Feitosa.

Dica enviada por Marcelo Monjardim

Nenhum comentário:

Postar um comentário