CULTURA

Aparecida - o filme

 Aparecida é uma cidade que gira em torno da religião. A 160 km da capital São Paulo, a cidade recebe milhões de visitantes motivados pelo “encontro” com Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Dados oficiais reforçam: 10 milhões de pessoas são esperadas neste ano para visitar a imagem da santa negra.

O clima religioso desta cidade é o pano de fundo de “Aparecida", novo longa da diretora Tizuka Yamasaki (“Gaijin – Os Caminhos da Liberdade”, “Xuxa em O Mistério da Feiurinha”). UOL Cinema acompanhou um dias das filmagens, que aconteceram em São José dos Campos, no último domingo (14).

“O filme é a história de um empresário que caminha até a fé”, diz Murilo Rosa, sobre seu personagem Marcos Rezende, protagonista do longa. Rezende foi um menino pobre que se torna um empresário bem sucedido, e, após grave acidente com o filho (Jonatas Faro), busca suas origens e faz um resgate de esperança.

Uma das cenas, num hospital, mostrava o filho de Marcos na UTI, após um acidente de moto. Apesar do clima tenso, devido ao cronograma atrasado – além de chuvas, o ator Jonatas Faro havia sofrido um acidente na filmagem da semana anterior - o ator Murilo Rosa se dispôs a conversar sobre seu personagem.
“Eu sou católico e devoto de Nossa Senhora Aparecida e é interessante porque estou fazendo um personagem agnóstico por motivos pessoais e só depois se converte”, conta Rosa. “É um personagem difícil, não dá para entender direito o que ele está pensando, parece que ele vai para um lado, mas vai para outro”.

Marcos Rezende e seu filho mantêm uma difícil relação por o jovem querer ser ator e não optar em seguir a carreira do pai. A partir da culpa que o personagem sente pelo acidente do filme, Rezende encontra a solução. “A função do filme é mostrar que a fé é realmente importante”, explica Murilo

Maria Fernanda Cândido também está no elenco e interpreta Beatriz, a namorada do papel vivido por Rosa. “Nesse namoro, ela equilibra um pouco a vida dele porque traz uma positividade que falta na vida de Marcos e que ele não tem por diversas coisas que aconteceram na vida dele”, diz a atriz.O filme tem orçamento em torno de R$ 5 mil e tem na produção Glaucia Camargos e Paulo Thiago. Serão seis semanas de filmagem nas cidades de São José dos Campos e Aparecida, que devem terminar no início de abril. A previsão de estréia é para dezembro deste ano.

De acordo com a produtora do filme, Glaucia Camargos, São José dos Campos foi escolhida devido ao reconhecimento nacional pelo grande potencial de município próspero, moderno e desenvolvido, aliado às belas paisagens naturais e aos muitos talentos artísticos.

“Realmente ficamos surpresos com a aceitação do filme e, principalmente, pela qualidade artística e profissional, bem como com as belezas naturais da cidade”, afirma Glaucia Camargos.

Para a realização do filme, a produção tem apoio de diversas secretarias da Prefeitura, Fundação Cultural Cassiano Ricardo, Câmara Municipal, e entidades, como Convetion Visitors Bureu, Conselho Municipal de Turismo, e empresas privadas.

Talentos locais
A produção do filme utiliza artistas locais no elenco de apoio, além de mão-de-obra especializada para a produção. Dos 600 joseenses que passaram pelos testes, 62 foram aprovados. Destes, 35 são adultos, duas crianças que representarão os personagens principais na fase infantil, e 25 integrantes de uma trupe circense.

Mais de dez costureiras da cidade também foram contratadas como auxiliares de confecção do figurino, entre outras funções. O Coro Jovem da Fundação Cultural e a Orquestra Sinfônica de São José dos Campos também participarão da produção como apoio da trilha sonora.

Cenário
Um dos pontos turísticos mais conhecidos e visitados em São José dos Campos, o Parque da Cidade Roberto Burle Marx, servirá de cenário para várias gravações. A casa Olivo Gomes será a residência do personagem principal do longa. As dependências da Fundação Cultural estão sendo utilizadas pelo Departamento de Arte do filme para a produção de cenários e figurino.

“Sem dúvida, isso deve colaborar com o fomento do turismo na cidade, sobretudo nos pontos onde houver gravação de cenas, como ocorre nas cidades que servem de cenário para estas produções”, diz a produtora.

Gláucia afirma que o destaque da cidade será ainda maior, uma vez que logo no início do filme aparecerão na tela os dizeres: São José dos Campos – 2010, dando a localização de onde se passa a história.

Comércio
Outro aspecto positivo para o município, sediando as gravações do filme, é o aquecimento do comércio e dos prestadores de serviço, como hotéis, restaurantes, gráficas, lavanderias, empresas de locação e lojas, entre outros. De acordo com a produção, em números aproximados, são 3 mil hospedagens e 6 mil refeições.

A equipe de produção deve utilizar também a maior quantidade possível de mão-de-obra local na parte técnica. 

 

Aparecida – O Filme deve chegar aos cinemas em dezembro de 2010.

 

Fonte: UOL