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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

JÁ NEWS!


 

1% da população mundial morre por suicídio


Simpósio sobre prevenção do suicídio e acompanhamento aos familiares

VALÊNCIA, quinta-feira, 12 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- Atualmente, o suicídios provocam quase a metade de todas as mortes violentas; em cifras, quase um milhão de vítimas por ano, segundo a Associação Viktor E. Frankl de Valência.

De fato, acontecem mais mortes por suicídio do que pela soma de homicídios e guerras, e se calcula que 1% da população mundial morra por esta causa, afirmou o psicólogo adjunto do Serviço de Hematologia do Hospital Universitário La Paz de Madri, Javier Barbero.

O tema foi discutido em um simpósio sobre “Suicídio e Vida”, realizado em Valência dias 6 e 7 de novembro.

Perante o problema do suicídio, o doutor em medicina da Fundação Vidal i Barraquer, de Barcelona, Jordi Font, destacou no mesmo simpósio a importância de tomar em consideração os valores espirituais do ser humano como fator preventivo.

Disse que a psicoterapia e neurociência, que até pouco tempo eram divergentes com a espiritualidade, estão confluindo no mesmo ponto comum: o ser humano é um ser destinado a transcender a si mesmo.

E insistiu na importância de fomentar uma mudança em nossa sociedade para valores mais profundos e espirituais tanto da vida como do próprio ser humano.

Por sua parte, Javier Barbero afirmou que, após o suicídio de um ente querido, deve-se mudar a comum experiência de culpa pelo respeito.

“Temos de ajudar o doente a não se instalar na culpa”, afirmou. Para isso, “há que ajudar a se reconciliar com os próprios limites”, disse.

Segundo Barbero, é útil “fazer notar que não sou responsável por minha tristeza, mas sim pelo que faço com ela”.

Sobre as atitudes que não ajudam, pediu não julgar e aconselhar evitar frases feitas.

Na opinião do especialista, a pessoa que acompanha este tipo de dificuldade deve “sustentar na dor, que supõe acolher a experiência do sofrimento e administrar a dor”.

Neste sentido, outro especialista, o catedrático de psicobiologia da Universidade de Valência Vicente Simón apresentou os benefícios da meditação chamada mindfulness, após a morte de um ente querido.

“As emoções que aparecem são tão dolorosas que nossa mente tenta fugir delas –explicou. Pelo contrário, a meditação consiste em nos mantermos presentes na emoção, tomando consciência dela, como se tivéssemos uma criança chorando em nossos braços, abraçamos nossa emoção até que se acalme”.

Também comparou a experiência da morte de um ente querido com a imagem de um colar de pérolas que se rompe.

“Ficamos sem o elo que as unia, ficamos sem sentido, com fragmentos soltos que devemos voltar a unir.”

Simón destacou os passos que é preciso dar em todo processo de sofrimento: sentir a dor, perdoar, aceitar e amar, agradecer e dizer adeus.

O especialista animou a não resistir ao que é a realidade, passado o impacto inicial, e assinalou como exemplo da atitude de aceitação a frase de Jesus Cristo no momento de sua morte: ‘Faça-se tua vontade e não a minha’.

Simón destacou também a conveniência de desenvolver a autocompaixão, a capacidade de dar-se carinho e amor em qualquer circunstância, “o que na dor por suicídio resulta de uma grande ajuda”.

Vicente Simón também recordou Viktor Frankl em suas considerações sobre o espaço de liberdade humana que permanece entre os estímulos (ou acontecimentos) que vivemos e as respostas que damos.

O neurologista e psiquiatra austríaco definiu a dor como uma ocasião para a criatividade do ser humano, para voltar a refazer o colar de pérolas com um novo sentido.

Associação “Viktor E. Frankl”, criada em 2001 em Valência, dedica-se a prestar ajuda no sofrimento, na enfermidade e na dor, e seu ideário inspira-se no humanismo cristão, na análise existencial e na logoterapia de Viktor E. Frankl.

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