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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

FORMAÇÃO






SUPERSTIÇÕES E CRENDICES
 A nossa proteção está no nome do Senhor, que fez o céu e a terra.



Na religiosidade popular podemos encontrar traços de uma espiritualidade cristã primitiva, como também das superstições que não têm nenhum vínculo com o cristianismo. Mais além do fulcro religioso, vemos as manifestações de formas supersticiosas que não mantêm nenhuma ligação com as religiões tradicionais, mas perfiladas à bruxaria e a crenças idolátricas, sem nenhum compromisso com o espiritual. Por exemplo, vários hotéis e prédios nos Estados Unidos não possuem o 13° andar; é pura superstição atéia e irracional.

Existem crenças em presságios e sinais, originados por acontecimentos ou coincidências fortuitas, sem qualquer relação comprovável com os fatos dos quais se acredita sejam prenúncio. Isto vai além da religião primitiva, em que se cultuam basicamente espíritos que se crê estarem presentes nas coisas e nas forças da natureza; paganismo, magia, feitiçaria. Neste caso, as superstições nos surgem, por derivação em um sentido de crença cega, arraigada e exagerada em alguma coisa, regra ou intuição.

Tem muita gente que se torna dependente dessas deturpações do sentimento religioso que determinam comportamentos irracionais, de caráter normativo e preconceituoso. Consistem, essencialmente, na atribuição de causas sobrenaturais a fatos ou fenômenos de ordem natural. Têm um conteúdo defensivo que nasce do medo, cujas raízes se fundem nos arquétipos da história do homem.

Algumas superstições são expressas apenas por gestos: bater na madeira com os nós dos dedos, fazer o sinal da cruz, ou cruzar o dedo médio sobre o polegar, com o propósito de “afastar o mal” ou “atrair o bem”. Os amuletos como pés de coelho, galhos de arruda, ferraduras, santinhos, medalhas e fitas de devoção. Alguns, atletas e juízes de futebol, artistas e outros, têm no “sinal da cruz” uma espécie de fetiche, pois o usam em várias oportunidades, conforme nos mostra a televisão.

Considerando nossa fidelidade à cultura lusitana que nos precedeu, é de indagar: quem é que nunca entrou em uma casa nova com o pé direito ou não bateu na madeira para isolar o azar? Algumas superstições já fazem parte do cotidiano das pessoas. Alguns o fazem mais por costume do que por crença efetiva. É assim que nascem as superstições...

Quando se enxerga por aí tanta superstição, chega-nos a conclusão que nosso povo é, em geral mal catequizado e precisa urgentemente ser liberto dessas crendices que assolam a sua vida espiritual. A única pessoa que leva vantagem em tudo isto é o inimigo de nossas almas: o diabo, nosso adversário. A Bíblia diz que Ele cegou o entendimento dos incrédulos (2Cor 4,4). As catequeses, em geral, são mais programáticas do que querigmáticas; mais currículo do que vivência.

Isto produz uma distorção: no fim do período o catequizando sabe todo o conteúdo do livro ou da apostila, mas não foi evangelizado. Ser evangelizado é conhecer e professar na vida o real senhorio de Jesus, vencedor do mal, do pecado e da morte. Quem é evangelizado de fato despreza todo tipo de superstição ou crendice alienante.

Jesus, veio para nos libertar das crendices e superstições. O diabo prende as pessoas debaixo do medo dessas ameaças, mas a Bíblia nos diz que o Filho de Deus se manifestou para destruir as obras do diabo (1Jo 3,8). O único poder que pode libertar verdadeiramente o ser humano é a verdade através do evangelho de Cristo, pois ele mesmo disse: “...e conhecerão a verdade, e a verdade libertará vocês.” (Jo 8,32).

Ao cristão não é lícito viver dependendo de rezas, encantamentos, amuletos, plantas, rogos ou qualquer espécie de artifício para afugentar o mal. Não precisa ir mais à benzedeira para “fechar o corpo” ou coisa parecida. Quem crê no poder de Jesus deve, tão-somente, deixá-lo entrar em seu coração e verá que nada dessas tolices atinge um verdadeiro servo de Deus, um cristão de verdade. A Bíblia chega mesmo a dizer que: Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca  (1Jo 5,8).



No Brasil, como de resto em boa parte da América Latina há uma ponderável predileção popular pelos “horóscopos” e especulações em torno do Zodíaco como fonte de adivinhações e normas de vida. É uma superstição grosseira, do tipo “destino”, como se tudo estivesse anteriormente programado sem a possibilidade da intervenção da providência divina. Nesse sistema, os signos caracterizam a personalidade de cada pessoa. Há ainda as crendices de fim-de-ano, onde se vê cristãos “pulando sete ondas do mar” ou presenteando Iemanjá com perfumes, flores e sabonetes. Dizem os tolos que no reveillon não se come peru nem pratos feitos com milho, pois atrasa a vida.

Ao aceitarmos o senhorio de Jesus, recebemos o Espírito Santo (1Cor 6,19 Ef 1,13); nossos pecados são perdoados (At 10,43; Rm 4,6ss); somos  recebidos como filhos de Deus (Jo 1,12); se somos filhos, logo somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm 8,17);  passamos da morte espiritual para a vida espiritual (1Jo 3,14);   somos novas criaturas (2 Cor 5,17);  o diabo se afasta e não nos toca (Tg 4,7; 1Jo 5,18);  não estamos mais sujeitos às maldições (Jo 8,32-36).


Porque a sexta feira 13 é considerada o dia do azar?


Tudo indica que essa crendice vem de duas lendas da mitologia nórdica. De acordo com a primeira delas, houve, no Valhalla – a morada celestial das divindades –, um banquete para 12 convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga em que morreu Balder, o favorito dos deuses. Instituiu-se, então, a superstição de que convidar 13 pessoas para jantar era desgraça na certa e esse número ficou marcado como símbol do azar. 

A segunda lenda é protagonizada pela deusa do amor e da beleza, friga, cujo nome deu origem às palavras friadagr e Friday, “sexta-feira” em escandinavo e inglês. Quando as tribos nórdicas se converteram ao cristianismo, a personagem foi transformada em uma bruxa exilada no alto de uma montanha. Para se vingar, Friga passou a reunir-se, todas as sextas feiras, com outras 11 feiticeiras, mais o próprio satanás, num total de 13 participantes, para rogar pragas sobre a humanidade. Da Escandinávia, a superstição espalhou-se por toda a Europa, reforçada pelo relato bíblico da Ultima Ceia, quando havia 13 pessoas à mesa, na véspera da crucificação de Cristo – que aconteceu numa sexta-feira. 

No Antigo Testamento judaico, inclusive, a sexta-feira já era um dia problemático desde os primeiros seres humanos. Eva teria oferecido a maça a Adão numa sexta-feira e o grande dilúvio teria começado no mesmo dia da semana.


Fonte: http://recantodasletras.uol.com.br (ADAPTADO)

O autor é Doutor em Teologia Moral.
Conferência proferida num encontro de Famílias Cristãs, realizada na cidade de Florianópolis (SC) em outubro de 2008. Antônio é autor, entre outros, dos livros “História das Religiões” (Palotti) e “Os equívocos da reencarnação” (Recado).

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