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terça-feira, 14 de setembro de 2010

ELEIÇÕES 2010


Amém, irmãos?

Sendo de família do interior do Espírito Santo, sempre estive em contato com os ares das localidades mais distantes dos centros urbanos. Como se sabe, nessas regiões a população possui, como características, a fé e o engajamento religioso. Lá também é o lugar onde religião e política mantêm-se de mãos dadas, sendo os líderes religiosos peças influentes nos governos e, naturalmente, nos processos eleitorais. Comum ao campo e à cidade, porém, é o fato de, para alguns políticos, o nome de Deus ter transcendido os assuntos de fé e se tornado mero pretexto eleitoral.

Na última semana, um delicado "disse-me-disse" ganhou espaço nas relações Igreja-Política. O fato de um famoso padre aparecer em horário eleitoral dividiu as correntes de pensamento e até mesmo a prória Igreja. Se fosse esse um fato isolado, logo a situação seria apaziaguada e esquecida. Porém, diversos são os candidatos a se lançarem como pessoas de bem, incluindo Deus onde Ele, com certeza, não gosataria de estar. Acompanhar a campanha de algumas figuras políticas mais parece um culto ecumênico. Nesse cenário, dissipam-se mensagens como "Em nome de Jesus", "Com a força do Senhor" e "Deus te abençoe". Em meio às preces e bênçãos, aproveita-se para esconder os escândalos e, principalmente, o desrespeito ao oitavo mandamento: "Não roubarás".

Para se ter uma noção de como a denominação religiosa tornou-se um artifício eleitoreiro, basta analisar as declarações de crença de alguns políticos ao longo da história. No interior, devido à forte tradição, há até pouco tempo os não-católicos praticamente não se elegiam. Logo, todos os candidatos eram católicos "praticantes". Com o crescimento das denominações protestantes no Brasil, declarar certo segmento tornou-se arriscado, pois eleitores de fé distinta acabavam por excluir de suas intenções de voto aqueles que não professassem o mesmo credo. Pelo sim, pelo não, alguns, como Lula, encontraram uma suposta saída que julgaram adequada: declaram-se ateus, embora, no caso de Lula, ele recorra a Deus quando o cerco se fecha.

Nesse Brasil de interesses, no qual a fé se adequa, surge e se esvai de acordo com o cenário eleitoral, e que as piores espécies de corruptos se dizem fiéis filhos de Deus, só tenho, hoje, um conselho a dar: Oremos, irmão, e que Deus nos livre dos hipócritas.

Gabriel Tebaldi Meira - Estudante, 17 anos, votará pela primeira vez em outubro. 

Um comentário:

  1. Achei muito legal esta opinião quando li na Gazeta de sábado passado. Só no final, quando o Gabriel pede que Deus nos livre dos hipócritas que discordo um pouco.

    Deus não nos livra dos hipócritas, mas nos mostra quem os são. Cabe a nós fazer nossa parte e denunciar. Nosso Arcebispo, Dom Luiz Mancilha Vilela, mesmo sendo muito atacado e criticado, fez isso, denunciou. Estou com ele!

    =]

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