Juventude ativa!

quinta-feira, 3 de março de 2011

LITURGIA: A Liturgia deve recuperar um lugar privilegiado na vida cristã

entrevista

A Liturgia deve recuperar um lugar privilegiado na vida cristã

O Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Antonio Cañizares, afirmou que se está vivendo "uma situação dramática caracterizada pelo esquecimento de Deus", que exige recuperar para a liturgia o lugar que lhe corresponde na vida dos cristãos.

"Quanta rotina e mediocridade, quanta trivialização e superficialidade nos foram introduzidos!; Quantas missas celebradas de qualquer maneira ou participadas de qualquer disposição!; Daí nossa grande debilidade", expressou o Cardeal no último 25 de fevereiro à revista espanhola Vida Nueva.

O Cardeal afirmou que o Concílio Vaticano II pôs a sagrada liturgia "no centro da vida e missão da Igreja". Entretanto, questionou se é possível afirmar "que tudo o que foi feito e se faz é a renovação querida pelo Concílio".

"O povo de Deus, fiéis e pastores, vive de verdade da liturgia, ela está no centro de nossas vidas? Foram ensinados e assimilados os ensinamentos conciliares, manteve-se uma fidelidade aos mesmos, ou foram interpretados corretamente na chave da continuidade que pede o Papa?", perguntou.

No diálogo, o Cardeal Cañizares recordou que a liturgia é acima de tudo obra de Deus "e que nada pode ser anteposto a ela. Só Deus, a 'revolução de Deus', Deus no centro de tudo, poderá renovar e mudar o mundo".

Reestruturação do dicastério

Em outro momento da entrevista, o Cardeal Cañizares explicou que entre os projetos imediatos da Congregação está "a reestruturação do dicastério, que afeta, por exemplo, a criação de uma seção nova para a música e a arte sagradas ao serviço da liturgia".

"Outro aspecto desta mesma reestruturação se refere à transferência a outro organismo da Santa Sé do 'ofício matrimonial' para o caso do matrimônio '.

Entretanto, negou que o dicastério já não vá se ocupar dos sacramentos. Disse que não pode desaparecer da competência da Congregação o aspecto da "disciplina". "Liturgia e sacramentos vão unidos, são uma mesma coisa, e, além disso, a disciplina pertence à mesma entranha dos sacramentos e da liturgia", explicou.

O Cardeal afirmou que "há normas a serem cumpridas, um direito a ser acatado -o de Deus- e também abusos a serem corrigidos. Por isso, de modo algum desaparece da Congregação a 'disciplina dos sacramentos'; ao contrário, ficará reforçada".

"No restante, todo isso permitirá dedicar e concentrar a maioria dos não poucos esforços e trabalhos que se necessitam em tudo aquilo que possibilite intensificar o movimento litúrgico que segue vivo, como obra do Espírito Santo, do Vaticano II", assinalou.

Fonte: ACI

2 comentários:

  1. Sábias palavras do Cardeal!!! A Sagrada Liturgia é o centro da vida cristã e deve ser conhecida e amada por todos os católicos!
    Bela entrevista!

    ResponderExcluir
  2. Também gostei. Destaco estas partes:
    .
    "Quanta rotina e mediocridade, quanta trivialização e superficialidade nos foram introduzidos!; Quantas missas celebradas de qualquer maneira ou participadas de qualquer disposição!; Daí nossa grande debilidade"
    .
    "O povo de Deus, fiéis e pastores, vive de verdade da liturgia, ela está no centro de nossas vidas? Foram ensinados e assimilados os ensinamentos conciliares, manteve-se uma fidelidade aos mesmos, ou foram interpretados corretamente na chave da continuidade que pede o Papa?"
    .
    "há normas a serem cumpridas, um direito a ser acatado - o de Deus - e também abusos a serem corrigidos. Por isso, de modo algum desaparece da Congregação a 'disciplina dos sacramentos'; ao contrário, ficará reforçada".
    .
    "No restante, todo isso permitirá dedicar e concentrar a maioria dos não poucos esforços e trabalhos que se necessitam em tudo aquilo que possibilite intensificar o movimento litúrgico que segue vivo, como obra do Espírito Santo, do Vaticano II"
    .
    Trazendo essas considerações para nossa realidade, vemos que o Cardeal está não só preocupado, como também nos alerta para que não tornemos a cometer esses erros tão comuns e usuais em nossa realidade. Creio que no Brasil, principalmente no Espírito Santo, que é um caso sério, é preciso que se resgate esses valores que foram perdidos e substituídos descaradamente por essas "mediocridades, trivialidades e superficialidades", como vemos a cada instante. Não precisamos esperar pela boa vontade de nossos poucos sacerdotes para que isso aconteça. Qualquer leigo, com bom entendimento na doutrina, nos documentos e em liturgia ( abro um parênteses: liturgia oficial da Igreja, e não essas liturgias que a gente vê por aí, que são inventadas por pessoas sem formação, ou com formação, mas com má-fé em propagar abusos e heresias ) pode-se começar com essas "mudanças". Não diria necessariamente mudanças, mas sim fazer aquilo que está proposto nos documentos, ou mesmo no Concílio Vaticano II, como bem disse o Cardeal. Coisas que estão ainda muito longe de ser colocadas em prática. Muito bom o texto!

    ResponderExcluir