Juventude ativa!

terça-feira, 18 de maio de 2010

PAPO JOVEM



Crônica da misericórdia



Sabe aqueles meninos engomadinhos que nunca estão com o cabelo despenteado ou com a roupa amassada, que usam os óculos de grau apoiados nas grandes orelhas de abano? Eu fui um menino assim. Lá no ABC, Adolescentes em Busca de Cristo, um grupo que eu participei até os 16 anos, a galera me chamava de Telemar, segundo eles era porque eu tinha dois orelhões. A minha maior diversão nessa época era frequentar o ABC, ir em retiros com o grupo, encontros dominicais, passeios, festas da comunidade, lanches compartilhados. Na escola me achavam maior bobão por isso, todo mundo me chamava de santinho, só umas meninas que achavam legal eu ser de igreja. Era essa a expressão que elas usavam, “Bruno é de igreja”, nunca entendi bem essa posse que me concediam. Eu era de igreja para elas e achava estranho ser definido dessa forma.
Passei no vestibular e fui morar em Niterói. Lá esqueci tudo que vivi no ABC e conheci situações que jamais pensei que fosse viver. Fiquei deslumbrado, o sucesso me subiu à cabeça, me sentia confiante pela independência precoce que adquiri. Fui às festas na faculdade, me relacionei com pessoas que pensava serem minhas amigas, conheci o sexo desregrado com mulheres que sequer conhecia, o consumo de drogas e bebidas era corriqueiro; no meio onde freqüentava todo esse comportamento era banal e estimulado pelos meus pseudo-amigos, não havia respeito entre nenhum de nós.
Depois de 5 anos de faculdade, retornei à casa dos meus pais. Transformei-me num cara arrogante, prepotente, esnobe e meus amigos do ABC eram uns grandes idiotas, todos eles.
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Nem eu entendia porque eu passava a maior parte do meu tempo pensando na Flávia, minha antiga amiga do ABC, ela era simpática comigo, mesmo eu não sendo com ela, quando nos encontrávamos casualmente nas ruas da cidade. Acabei sendo vítima de um sentimento que acomete os fracos, a paixão. Achei que valeria a pena investir naquela conquista e mudei o meu comportamento, mas só com ela. Na frente dela. Fui um sujeito dissimulado movido por um interesse pessoal.
Ela me dava muita atenção e sempre me dizia as palavras certas nos momentos oportunos, parecia que ela conhecia a realidade que eu vivia. Sem eu perceber, aos poucos ela foi me induzindo a falar verdades espontâneas e por vezes eu me arrependia daquilo, por vergonha e medo do julgamento dela, mas, ela me envolvia de tal forma que a minha mera tentativa de seduzi-la se transformou em aprendizado. Era evidente que eu estava aos poucos voltando a ser o garoto dos tempos do ABC, só que agora eu tinha barba.
A Flávia tentava me convencer que eu poderia me curar, ela me apresentava as armadilhas do inimigo que ela mesmo já tinha sido vítima, ela me surpreendeu. Contou-me sobre como ela usava o poder de Deus para curar traumas, mágoas e tristezas do passado, e eu não conseguia admitir que minha mágoa era comigo, não me perdoava por eu ter sido, sumariamente falando, um bosta.
Houve um momento que abri meu coração para Flávia, ela me passava confiança e as palavras dela confortavam o meu machucado coração.
Você acha que Deus pode me amar ainda que eu não seja uma pessoa perfeita e tenha andado muito mais pro lado do tal inimigo? Será que Deus é capaz de perdoar o que eu fiz ontem?
Claro que sim, Bruno, a cada dia as misericórdias se renovam, basta que você se arrependa de coração. Deus sabe das nossas limitações. Até os apóstolos tinham recaídas, Pedro renegou três vezes, Tomé falou que só acreditava vendo e o que dizer de Paulo que perseguia e matava cristãos. Mesmo assim Deus perdoou todos. Deus ama o pecador, Ele nunca te abandonará, confie Nele.
Eu só acreditei naquelas palavras porque elas foram ditas pela Flávia, que era uma pessoa importante para mim, eu nunca esqueci o que aprendi com ela. Se um dia o inimigo me apresentou o pecado do mundo, Deus me mandou a Flávia. Eu ainda não alcancei a minha redenção, mas eu confio na ação de Deus na minha vida. Confio no amor que Ele concede a mim.
Bruno Ferraz, 25 anos, ex- ABC, amado por Deus.

Leilaine Chagas
Encontro de Jovens com Cristo - Paróquia São Pedro
Grupo de Jovens JUEC - Matriz São Pedro

6 comentários:

  1. Parabéns, o blog é muito legal, a PJ daqui de Vitória conheceu o material de vcs no twitter, é um belo instrumento de evangelização. E esse testemunho da crônica é sensacional, parabéns à autora. Nos mostra como é possível Deus nos enviar anjos para nossas vidas.

    Ana Paula Fontes Medeiros.
    Grupo J.O.V.E.N.S.
    Paróquia Santa Rita, Praia do Canto, Vitória

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  2. Achei muito interessante a crônica, de verdade. Tenho acompanhado a atualização do blog e acho que esse site possui muito atrativos e atualidades que interessam a juventude.Continuem assim!

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  3. hauhsiuahsohaoshoasa

    haushiahsohaoshoahsas

    Ta bom, moçada, eu confesso: eu conheço as duas moças aí de cima, são minhas amigas.

    Só achei graça porque elas comentam como se não me conhecessem, ah essa juventude...

    =)

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  4. Hey!

    Protesto!

    Independente delas te conhecerem ou não, o Blog está ganhando muito com seus textos, viu?

    Muito massa mesmo!

    =]

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  5. otimo texto.

    nosso blog cada vez melhor e com mais colaboradores :D

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  6. Essa historia e real ou so mas um personagem seu ???
    Me parece conhecida essas palavras
    kkkkkkkk

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