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sexta-feira, 14 de maio de 2010

ENTREVISTA

Entrevista: Netinho fala sobre novo CD


Descontração, alegria, profundidade de oração e um ministério fundado na Eucaristia. Esse é o cantor e compositor Netinho, que está lançando seu segundo CD solo, intitulado Novo Dia.

Vivendo um novo tempo na missão, o músico conversou com o jornalismo da CODIMUC e falou sobre a essência do novo trabalho, a parceria com Adelso Freire, a volta à carreira solo e os rumos da música católica no Brasil.

– Antes desse CD, você gravou os álbuns Permanece Fiel (solo) e Não Pare de Lutar (com a banda Ignis). Fala um pouco sobre esse novo trabalho, o que ele traz de diferença, em relação aos seus outros discos?
Netinho - Penso que a maior diferença está na maturidade e no início da descoberta de uma identidade cada vez mais intimista com o Senhor. Quando existem barreiras para conduzir os povos ao altar, surge a necessidade de levar o altar dentro de nós. Esse é o desafio desse trabalho.

- E o título do CD, por que Novo Dia?
Netinho – É mais que um título, é um momento da minha vida. Passei por momentos difíceis e ainda os passo. Esse tema serve para eu mesmo lembrar que a cada dia é possível recomeçar.

– Que músicas você destaca nesse CD?
Netinho – Difícil demais isso, hein. Nesse disco, tem músicas de minha autoria e dos irmãos da Banda Gion. O interessante é que cada música teve seu momento em meu coração e, a cada música escolhida, percebia que o Senhor falava comigo. E as músicas dos parceiros vinham ao encontro da minha realidade e do tema do disco.

– Em várias canções, você apresenta uma parceria com o Adelso Freire, que também assinou os arranjos. Como foi essa experiência?
Netinho – O Adelso foi mais que um produtor ou arranjador, ele foi irmão mesmo.  Um trabalho desse tem vida, tem sentimento, tem história. E lidar com isso às vezes é difícil. Foram momentos de Deus os que passamos produzindo, trabalhando, discordando. Mas um momento especial foi na gravação de voz da música Chamaste meu Nome. Realmente passou um filme da minha vida, desses momentos difíceis, e eu não aguentei, chorei demais e não consegui gravar. Quando olhava para a sala da técnica, esperava encontrar apoio do Adelso para respirar fundo e continuar a gravação (risos). Ele também chorava comigo e vivia aquele momento em Deus. Só tenho que agradecer…

– Você está retornando à carreira solo, depois de lançar um trabalho com a banda Ignis. Como foi essa experiência e como está sendo retornar?
Netinho - A banda foi uma experiência para o meu ministério. É normal para cada ser humano querer experimentar algo novo. No meu caso, pude perceber que havia um chamado meu, particular. E esse chamado, com o passar do tempo, foi sendo amadurecido dentro de mim. Entendi que tinha um caminho a seguir, uma nova etapa a cumprir, com outros objetivos, diferentes da proposta que estava vivendo. Dessa forma, tomei a decisão de mudar o passo. Eu não sai da banda, eu mudei o passo. Então percebemos que realmento o caminho era diferente. Não existia intenção de uma carreira solo, pois de verdade não sabia onde o Senhor me queria e nem onde ele iria me levar, simplesmente me lancei. Louvo a Deus por cada momento bom e também, porque não, pelos ruins, que me ensinaram e me deram direção para descobrir o novo.

– Hoje alguns nomes da música católica estão ganhando espaço na mídia secular. Que leitura você faz desse momento?
Netinho - Acredito que isso seja importante para o crescimento do Reino de Deus. A palavra de Deus é clara: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16,15). É uma ordem do Senhor e precisa ser cumprida. Mas para quem está nessa missão de levar Jesus até a mídia secular é necessário não perder o foco e principalmente a identidade. Não podemos secularizar o sagrado, temos a missão de sacralizar o que é secular.

– Centenas de bandas e cantores católicos surgem todos os anos no Brasil. Há espaço para quem está começando agora? Quem você destacaria hoje?
Netinho – Claro que existe espaço. Nossa Igreja é maravilhosa, nossa fé é linda. Quando se estuda um pouco a história do povo de Deus, é possível perceber que cada livro da Bíblia foi escrito num contexto diferente, num tempo diferente, cada um com uma cultura. Sendo assim, fico pensando que fazemos parte da história e também estamos contribuindo para continuidade dessa trajetória. E que cada ministério que surge tem sua particularidade e contribuição para o reino. Gostei muito de uma banda que ouvi esse dias: Kyrios Reggae.

– Deixa uma mensagem para o público que certamente vai curtir o CD Novo Dia.
Netinho - O mais importante do ministério não é o que se faz, mas sim a forma como se vive!

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